
O projeto de pesquisa “Memória das Águas - Um ensaio sobre territórios livres” nasce do desejo de investigar e vivenciar práticas corporais afrorreferenciadas como ferramentas de preparação e criação cênica. As intérpretes-criadoras Flávia Imirene Sabino, Sabrina Marques e Sol do Rosário, artistas da cena, encontram-se nesse processo com suas multiplicidades, vivências e trajetórias únicas, carregam em comum a inquietude e o desejo de elaborar novos caminhos poéticos a partir do corpo.
A iniciativa busca por aberturas e alternativas que se expandem para além das referências hegemônicas e eurocêntricas, ainda predominantes na formação teatral, deste modo, as artistas mergulham em uma imersão de três meses em práticas corporais enraizadas nas culturas negras.
Esse mergulho é orientado por artistas-pesquisadores de distintas trajetórias: Priscila Pontes, preparadora corporal, Mestra em dança com ênfase em danças afrodiaspóricas e culturas populares brasileiras, Contramestre André do Grupo de Capoeira Angola Zimba Curitiba e o quilombola, coreógrafo, bailarino e preparador corporal de atores, Leonardo da Cruz, com foco nas danças da diáspora africana no Brasil.
Memória das Águas é, assim, um espaço de encontro, um ensaio que convoca a ancestralidade e reexistência nas possibilidades que emergem da confluência das artistas, que juntas se afirmam como território poético, político e criador.

Oficina Arvorando
com Priscilla Pontes
Priscilla Pontes, artista da dança, preparadora corporal e pesquisadora do movimento. Bacharela e Licenciada em Dança (FAP/UNESPAR), Especialista em Estudos Contemporâneos em Dança e Mestre em Dança pelo Programa de Pós-Graduação em Dança da UFBA.

Oficina com Kunta Leonardo da Cruz
Kunta Leonardo da Cruz, bailarino, coreógrafo, professor/pesquisador de danças afro-brasileiras e populares quilombola, formado em Licenciatura/Bacharelado em Dança pela (FAP/UNESPAR).

Oficina com Contramestre André
Contramestre André do Grupo de Capoeira Angola Zimba Curitiba. André, Preto do Aiyê, é nascido e criado no bairro da Liberdade, em Salvador (BA). Arte-educador, ativista das questões raciais, percussionista, candomblecista e Contramestre de Capoeira Angola, iniciou sua trajetória na capoeira aos 7 anos com o Mestre Boca do Rio. Em 2011, saiu de Salvador com o propósito de ficar 3 meses na cidade de Curitiba para dar continuidade ao trabalho que já era desenvolvido. Foi formado Treinel por seu mestre em 2016, e posteriormente Contramestre em 2023. Em 2017, fundou o núcleo Maringá, onde orienta os trabalhos que são desenvolvidos dentro da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Atualmente segue coordenando as atividades do núcleo de Curitiba, sempre guiado pela filosofia da Capoeira Angola que aprendeu com seu mestre e seus mais velhos.

